Como funciona uma Câmara Hiperbárica e quem pode usar?
Postado em: 09/12/2024
O tratamento com Câmara Hiperbárica tem ganhado cada vez mais destaque na medicina moderna, especialmente em áreas como a vascular.
Essa tecnologia utiliza oxigênio puro em alta pressão para melhorar a recuperação de lesões e tratar uma variedade de condições médicas.
Para quem busca compreender melhor como esse processo funciona e quem pode se beneficiar dele, explicaremos os detalhes do funcionamento e as indicações dessa terapia.
Continue sua leitura para saber mais!
Quando a câmara hiperbárica costuma ser considerada?
A terapia hiperbárica, inicialmente, era associada principalmente ao tratamento de mergulhadores que tiveram problemas de saúde devido a questões de pressão ao retornarem rapidamente a superfície.
Atualmente, porém, para além dessas demandas, ela é especialmente indicada para pacientes com lesões crônicas, infecções graves ou complicações como a osteomielite.
Ela também é uma aliada na medicina vascular, promovendo a regeneração de tecidos e ajudando no combate a doenças complexas.
Como funciona a câmara hiperbárica?
A “Câmara Hiperbárica“ é um equipamento selado onde o paciente respira oxigênio puro em um ambiente de alta pressão.
Essa pressão elevada permite que o oxigênio seja dissolvido no plasma sanguíneo em quantidades muito maiores do que seria possível em condições normais.
Esse aumento de oxigênio no sangue pode proporcionar benefícios como:
- Contribuição para cicatrização: o oxigênio estimula a formação de novos vasos sanguíneos e acelera a regeneração de tecidos.
- Combate a infecções: ambientes ricos em oxigênio são menos propensos à proliferação de bactérias anaeróbicas, auxiliando no tratamento de infecções graves.
- Redução de inflamações: a terapia ajuda a diminuir o inchaço e promove a reparação celular.
Cada sessão em uma câmara hiperbárica dura entre 60 e 90 minutos, dependendo do protocolo indicado.
O tratamento pode exigir múltiplas sessões, de acordo com a gravidade da condição médica.
É obrigatório que o procedimento seja realizado junto a um profissional de medicina, podendo haver também profissionais de enfermagem para auxiliar.
Existem atualmente dois modelos de câmaras hiperbáricas, que se constituem como estruturas de acrílico.
Em um deles, um grupo de pacientes pode entrar ao mesmo tempo, sendo obrigatória a presença de um profissional junto a eles dentro do equipamento.
No outro, o paciente entra sozinho, podendo utilizar distrações como TV ou rádio, que ficam posicionados do lado de fora da câmara.
Quem pode usar a câmara hiperbárica?
A terapia hiperbárica é indicada para uma ampla gama de condições, sempre sob recomendação médica.
Entre os principais casos em que ela é aplicada, destacam-se:
- Feridas crônicas: como úlceras diabéticas e escaras.
- Lesões por radiação: utilizadas em pacientes que passaram por radioterapia e desenvolveram complicações, como necrose tecidual.
- Infecções graves: como fasceíte necrosante e osteomielite crônica.
- Queimaduras graves: a oxigenoterapia pode acelerar a recuperação e minimizar danos.
Condições específicas que podem se beneficiar também incluem:
- Pacientes com isquemias devido a problemas circulatórios.
- Pessoas que sofreram intoxicação por monóxido de carbono.
- Casos de embolia gasosa.
Contraindicações da terapia hiperbárica
Apesar de suas indicações, a terapia não é recomendada para todos:
- Contraindicações absolutas: Pacientes com pneumotórax, doenças respiratórias graves ou que utilizam certas medicações, como Bleomicona, Cisplatina ou Disulfiram, não são elegíveis, por exemplo.
- Contraindicações relativas: Casos de gravidez, infecção de ouvido, asma, convulsões, enfisema, bronquite crônica, histórico de pneumotórax ou histórico de cirurgia torácica podem não ser indicados para o tratamento.
Por isso, uma avaliação médica detalhada é indispensável antes de iniciar o tratamento.
Possíveis riscos da câmara hiperbárica
Mesmo para quem não está nos grupos de contraindicações, a câmera hiperbárica pode ter alguns riscos, como:
- Colapso pulmonar: causados por alterações da pressão do ar;
- Lesões na orelha média: como ruptura do tímpano ou vazamento de líquido, devido a mudanças na pressão do ar;
- Miopia temporária: causada por alterações temporárias do cristalino.
Esses riscos são raros quando o paciente está em condições e circunstâncias adequadas para o tratamento.
A equipe médica deve manter equipamentos e protocolos de prontidão para manejar riscos, caso eles ocorram.
Benefícios da câmara hiperbárica na medicina vascular
Na área vascular, a câmara hiperbárica é uma ferramenta interessante para diferentes casos de condições que comprometem a circulação e a saúde dos tecidos.
Ao otimizar a oferta de oxigênio, ela favorece a recuperação de tecidos afetados por doenças arteriais, venosas ou linfáticas.
Além disso, essa terapia auxilia na prevenção de amputações em casos de lesões complexas, como as causadas por diabetes ou traumas.
Essas são algumas considerações sobre a câmara hiperbárica e quem pode utilizá-la. Esperamos que tenha gostado de saber mais sobre o assunto!
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Dr. Seleno Glauber de Jesus
Cirurgião Vascular Especialista em Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular
CRM 54001 / MG | RQE 35197 / 35198
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